Quanto é que se ganha em marketing digital, cobrar por hora e focus groups – 145s01

Podcast Marketing por Idiotas

Quanto é que se ganha em marketing digital, cobrar por hora e focus groups – 145s01

Episódio 145
52:52

Neste episódio falamos de quanto é que se ganha em marketing digital, se com a IA devemos cobrar por hora e a vantagem desleal dos focus groups.

 Episódio de: 20 de Setembro, 2023

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Miguel 

 FOCUS GROUPS – A vantagem desleal dos marketeers sobre os consumidores?

No outro dia terminei de ver uma série no netflix que me deixou chocado.

Era sobre a história da epidemia de comprimidos nos estados unidos, o seu efeito devastador em diferentes segmentos da sociedade.

Essa epidemia começou com o medicamento OxiContin.

Começando a história do principio, uma farmaceutica que tinha um produto com base em morphina AKA heroina precisava de aumentar vendas.

Então decidiram começar a vender morphina não apenas aos doentes em fase terminal, mas aqueles que também estavam num nível de dor medio.

Não vou contar aqui a história toda, mas isso acabou por fazer com que literalmente centenas de milhares de pessoas ficassem viciadas em heroina.

Existem lições de marketing a retirar da história desde técnicas de relações públicas, criação de equipas de vendas…mas a que vamos falar hoje é sobre a importância dos focus groups.

Um focus group para os que não sabem é a organização de um pequeno grupo de potenciais consumidores de um produto para que respondam a perguntas sobre determinado produto, as suas características embalagens etc.

Eu confesso que percebo bem este mundo, pois como tenho uma família numerosa era normal em pequeno a minha mãe que participava em muitos focus groups para marcas de bensa limentares trazia para casa produtos para nós testarmos e avaliarmos…e nós adorávamos participar no processo.

Estes focus groups fazem-se não apenas para produtos e serviços mas também em questões políticas…por exemplo diz-se que o NEIL PATEL, o famoso marketeer, orientou um focus group onde surgiu o conceito: “Alterações climáticas”.

Até aí usava-se sempre a expressão “Aquecimento global” e isso não metia medo a ninguém!

Nos focus groups também se descobriu que a imagem de iogurte liquido a caír em cascata com pedaços de fruta no meio nos faz instintivamente salivar.

Descobriu-se que associamos a espuma do champô a limpeza, por isso os champôs fazem espuma…

Bem descubriu-se uma data de coisas interessantes sobre todos nós que até parece que são uma desvantagem desleal que nos fazem comprar.

Mas pronto quanto ao Oxicontin um dos problemas que a marca tinha antes do lançamento era o seu nome.

As pessoas associavam morphina a morte.

No focus group descubriram que utilizando Oxi as pessoas associavam a oxigénio e por sua vez a vida.

A marca lançou o produto como sendo algo que ajuda a recuperar a vida, apesar de ser um produto altamente viciante que destruiu vidas e famílias inteiras…diz-se que uma simples entorse fazia com que o médico receitasse este medicamento literalmente dando heroína a uma pessoa que só precisava de um anti inflamatório.

Mas pronto…adiante.

Perguntei ao chat-gpt algumas estatísticas sobre a utilização de focus groups no mundo inteiro e aqui estão:

  •         Segundo a GreenBook, 68% das empresas nos EUA utilizam focus groups como uma ferramenta de pesquisa de mercado.
  •         De acordo com a Quirk’s Media, 76% dos profissionais de marketing consideram os focus groups como uma parte importante do processo de tomada de decisões de marketing.
  •         Focus groups são usados por 58% das empresas para validar ideias de produtos ou campanhas (GreenBook).
  •         51% das empresas utilizam focus groups para entender melhor a concorrência e o posicionamento no mercado (GreenBook).

 Aqui nestas estatísticas vi sempre valores acima de 50%, o que confesso que me deixou um pouco apreensivo.

Será que em Portugal é habitual mais de 50% das empresas a fazerem focus groups?

E os ilustres deste painel…já alguma vez organizaram um focus group para um dos vossos clientes? 

Acreditam que com tanta tecnologia de videoconferência, etc, devíamos começar a apostar mais nesta forma de percebermos melhor o mercado, os nossos produtos e acima de tudo os nossos clientes?

 

Diogo

 Esta semana vou vos trazer mais uma morte anunciada… Confesso que começo a sentir-me a Morte em pessoa depois de trazer tantas mortes aqui ao podcast. Mas a verdade é que o nome do artigo que vos trago hoje é: AI and the Death of the Hourly Business. ou em belo português: A IA e a morte dos negócios que cobram à hora e não pensem que se aplica só a freelancers, os exemplos que o autor traz são específicos a agências de publicidade.  E não se preocupem porque ele sugere uma solução. 

 

Este artigo do Christopher Penn, fala sobre como o modelo de cobrar por hora em agências de publicidade, freelancers, consultores, etc. está a ser altamente ameaçado pela IA. No exemplo que ele dá, e passo a citar:
“A minha empresa precisava ter um acordo legal específico escrito, e fomos cobrados por 10 horas de trabalho pelo nosso escritório de advogados. Isso parecia bom na época, e foi, o advogado fez um bom trabalho. Conseguimos o que precisávamos para cuidar dos negócios. Fatura? 4.500.

Passado um tempo, uma amiga pediu-me ajuda com um acordo jurídico semelhante. Ela não podia pagar um advogado. O que eu fiz? Eu, claro, usei IA generativa para criar o mesmo documento. Foi muito bom. Em seguida, levei-o para um modelo de linguagem grande diferente e pedi a esse modelo que verificasse o trabalho do primeiro modelo, à procura de omissões e desvios das melhores práticas. Então o acordo foi revisto por um amigo advogado humano que lhe deu a bênção sem alterações. (graciosamente, sem custo)”

E ele reforça mesmo… Um advogado humano não alterou nem uma vírgula. Agora imaginem isto na criação de posts, na criação de notas, etc.. Todo esse trabalho será substituído e esse trabalho era feito por humanos. 

Neste exemplo dos advogados 10 horas de trabalho passaram a 15 minutos re revizão do documento. 

Agora pensem na agência que faz relatórios mensais para o cliente onde temos o custo hora de cada pessoa alocado ao projecto e que de repente temos um script com IA que analisa as campanhas de Google Ads e gera o relatório por nós (sim com comentários). O humano passa apenas a ter de rever o trabalho e se continuarmos apenas a cobrar por hora as horas serão menos a cobrar.

 

 Mas o Christopher Penn sugere uma solução, passarmos a “value based pricing” ou “value-based billing”. 

MAs ó Diogo o que é isso? 

Value-based billing é uma forma de cobrar os clientes com base no valor do serviço ou produto, em vez do tempo necessário para entregá-lo ou produziu-lo. 

O que o Christopher defende é que a cobrança baseada em valor é melhor do que a cobrança por hora, especialmente para empresas que usam IA para automatizar ou otimizar suas tarefas. A cobrança baseada em valor reflete o conhecimento e a habilidade de quem presta o serviço, em vez do esforço ou duração do trabalho.

Ele dá até um exemplo muito giro até de que ninguém pensa sobre o tempo que o Michelangelo demorou para terminar o teto da capela sistina (X anos). 

E meus caros a minha questão para vocês é claro se concordam com ele e se devo fazer essa alteração hoje? E se têm outra forma de cobrar?

E digo isto porque eu realmente faço um preço ao minuto trabalhado (porque pensava eu ser essa a forma mais justa de cobrar). 

Notícias quase oportunas, 17 de setembro de 2023: IA e a morte do negócio por hora – Christopher S. Penn – Marketing Data Science Keynote Speaker (christopherspenn.com)

 

Fred

Hoje vamos aprofundar o tema sobre a atual paisagem salarial em Portugal e as promissoras prospetivas para o futuro, especialmente no sector da comunicação e do marketing.

Vamos começar como uma Radiografia Salarial

Após mergulhar em pesquisas, a navegar entre estatísticas da Michael Page, Talent, da Robert Walters e muitos fóruns do Reddit, trago-vos dados frescos e abrangentes que vão muito além das habituais análises focadas em grandes empresas.

A ideia é desmitificar o cenário salarial em Portugal.

Antes de partilhar os detalhes, hoje de manhã estava a tomar o pequeno almoço e vi uma notícia na RTP que dava destaque ao seguinte:


Atualmente, a diferença de salários entre homens e mulheres em Portugal atinge os 13%, e em cargos de liderança, quadros superiores, alcança 24,5%.

Por isso, a pergunta no ar é a seguinte: como podemos acelerar a jornada para alcançar este ideal fundamental?

A resposta começa com consciência e informação. 

Ora bem… alguém que genericamente trabalha com Marketing Digital quanto ganha em Portugal?
Baseado num estudo a 473 vencimentos, o salário médio de marketing digital em Portugal é de € 20,475 brutos anuais ou € 10.50 por hora. 

As posições remuneradas de nível inicial rondam os € 15,000 brutos anuais, enquanto os trabalhadores mais experientes podem chegar a ganhar € 30,000 brutos anuais

Num outro documento “Ajuste de contas by Quem é Quem:” retirei 3 breves exemplos, através da amostra de 120 respostas das mais de 500 existentes no documento, cujo link deixo na página deste episódio em marketing por idiotas.

  1. Copywriter Sénior (Lisboa)

Média salarial: ~1.390€/mês

Amplitude salarial: 1.000€ – 2.580€/mês

– Os salários variam consideravelmente, com alguns profissionais a trabalhar como freelancers cobrando por dia.

  1. Head of Social Media (Lisboa)

Média salarial: ~1.324€/mês

Amplitude salarial: 1.139€ – 1.650€/mês

– Esta categoria mostra uma menor variação nos salários, indicando uma certa estabilidade no mercado para estas posições.

  1. Director de Marketing (Portugal)

Média salarial: ~2.587€/mês

Amplitude salarial: 1.200€ – 5.000€/mês (considerando diferentes cidades em Portugal)

– Há uma grande variação nos salários dependendo da localização específica em Portugal.

A Disparidade na Prática

Lembram-se que referi que a diferença de salários entre homens e mulheres em Portugal atinge os 13% e em cargos de liderança, quadros superiores, arrebatadores 24,5%.

Se mantivermos o ritmo atual, os estudos indicam que vamos levar cerca de meio século para alcançarmos a desejada paridade. 

Meio século!

E o que é mais curioso é que há uma década, a Assembleia da República Portuguesa levantou-se e disse “Basta!” a esta disparidade. 

Vamos criar leis que obriguem as empresas a serem transparentes sobre as suas práticas salariais. 

Um verdadeiro “puxão de orelhas” às empresas que ainda resistem em igualar a balança salarial.

Mas não.
Nada aconteceu, pancadinhas nas costas com advertências.

Alias segundo o INE  as mulheres têm vínculos mais precários que os homens e estão cada vez menos protegidas no desemprego e representam mais de metade dos desempregados (53%), tendo o número aumentando, face ao mesmo período do ano anterior.

Caros ouvintes, espectadores, quero acreditar que temos de ser parte activa nesta mudança, desafiando-nos a nós próprios e aos outros a serem melhores, a fazerem melhor. 


Não é apenas uma questão de justiça; é uma questão de progresso, de evolução. 

Quando todos têm oportunidades equitativas, quando todos são valorizados igualmente, somos uma sociedade mais forte, mais coesa, mais inovadora.

No sector da comunicação e do marketing, temos o poder e a responsabilidade de dar o exemplo, de utilizar a nossa influência para criar mudanças significativas.


Pergunta:

Quais seriam as estratégias específicas e ações proativas que as empresas de comunicação e marketing podem implementar para combater a disparidade salarial?

Primeiro Miguel

Leitura complementar:

 

Sobre o Podcast Marketing por Idiotas

podcast Marketing por Idiotas é um podcast sobre marketing em Portugal. Neste podcast semanal falamos sobre notícias, irritações e inquietações sobre marketing digital e analógico.

O podcast é apresentado e moderado pelo Diretor de Marketing da Turim Hotéis, Ricardo Vieira e tem como comentadores com lugar cativo o freelancer Diogo Abrantes da Silva, o formador e consultor Frederico Carvalho e o CEO da pkina.com e funis.pt Miguel Vieira.

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